sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Com a raiva de um cachorro que baba




Não há nada melhor do que gritar “Gol”.  Me retifico enquanto há tempo: gritar “É campeão” é ainda mais prazeroso.  E é nesta dúvida que sirvo ao leitor uma pergunta feita pelo site oficial do Corinthians. Qual foi o gols mais marcante da história do clube?


O cardápio está farto de suculentas opções.  Cláudio, Basílio, Tupãzinho, Viola, Marcelinho, Ronaldo...


Contudo, nenhum dos citados apeteceu, e ainda apetece minhas recordações, como o de Cristian. Em 2009 o volante arrombou a rede delas com a raiva de um cachorro que baba.


Vou contar o motivo da minha escolha. 2008 foi triste para o torcedor. Apesar do acesso, a perda da Copa do Brasil machucou. O ano seguinte chegou e a Fiel queria vingança dos rivais. Nunca mais gozariam do Todo Poderoso...


Éramos impecáveis no Paulistão. Invictos e amedrontávamos qualquer um. Realmente o gigante estava de volta. A semifinal chegou e Elas estavam no caminho. Lembro que dormi na fila do Ibirapuera para comprar ingresso e digo mais: para aquele jogo passaria uma semana na fila.


Em campo foi massacre total. Saímos atrás, mas só deu Timão! Um a um até o último minuto. Um louco atrás de mim do Tobogã gritou “Um dia você me mata, Corinthians”. Cristian fez o que fez e hoje eu concluo: o gol de fora da área é o mais gostoso de comemorar, pega todo mundo de surpresa.


Na comemoração o nosso ídolo gesticulou toda aquela raiva vinda das arquibancadas. E aquele mesmo rapaz que atrás de mim estava, desabou numa convulsão assustadora. Não sei o que aconteceu com ele. Se morreu, certamente foi a morte mais delirante dos últimos tempos.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Abre o olho, Mano, essa não colou




Ingredientes para ser um grande jogo não faltavam, afinal dois valiosos elencos em campo estavam.  Passaram-se dois sonolentos tempos e decepção é a palavra escolhida para explicar o futebol apresentado por Fluminense e, principalmente, Corinthians.


O Coringão deu um chute ao gol, justamente aquele que abriu o marcador. E olha que nem no gol foi, porque o arremate de Skeik desviou em Gum. Tá certo que Tite não tinha opções no banco para ousar um pouco no segundo tempo, já que Jorge Henrique, Guerrero e Martinez não viajaram ao Rio de Janeiro.


Só para não passar em branco, ficou provado que o Fluminense tem um grande elenco (principalmente no setor ofensivo), porem ainda não pode ser considerado um time pronto.


No lance do gol eu não vou crucificar o Edenílson. Ficou muito tempo parado e parece que perdeu um pouco o cacoete da linha burra. O vacilo não foi do miolo da zaga que antes de sair não viu o volante dando condição?


#RALF


Ver o camisa cinco vestindo a amarelinha ou não pouco importa ao torcedor corintiano. A assistência de Ralf para o gol de Sheik, entretanto, fez lembrar a justificativa de Mano Meneses que o volante não tem saída de bola qualificada.  Ou algo do tipo...


Amigos, de certa forma eu até concordo com o ex-comandante alvinegro. Ralf  é impecável na marcação, mas realmente está longe de ser um Rincón com a bola no pé. O que me faz pensar é que o atual titular, Sandro, é igual ou pior que o atleta corintiano.  Abre o olho, Mano, essa não colou.

E danem-se os saudosista




Durante uma tarde seca de São Paulo defendi numa transmissão que não se tem resultado sem gastos. Me refiro aos clubes de futebol, evidente. Atlético MG, Fluminense, Gremio e Corinthians estão aí para não me deixar mentir.  A política do bom e barato foi implantada, ou pelo menos fortificada, por Mustafa Contursi por isso nem precisamos dizer mais nada.  Alguns vão se alterar: mas o Palmeiras ganhou a Copa do Brasil e tem um time modesto. Verdade. Contudo, o clube paulista levantou o caneco graças ao caro treinador que tem. Quem não investe fica para trás. JuJu acordou (ou parou de beber de segunda-feira) e o São Paulo parece estar aprendendo.  


Pois bem... rodei, rodei e rodei para cair no grande jogo que espero acompanhar hoje entre Fluminense e Corinthians. De um lado o atual melhor clube da América. Dois jogadores na seleção (sei que não significa muita coisa), atletas que gastam a bola e um brilhante técnico comandando um plantel entrosado. De outro, um elenco formidável, sim: formidável! O Fluminense não está encantando em campo, mas faz uma campanha brilhante. Diego Cavalieri, Carlinhos, Deco, Thiago Neves, Wellington Nem, Fred... meu Deus!


O que me gela a costela é pensar no Wallace marcando essa linha de frente dos cariocas. Menos mal que entrou no lugar do Paulo André e não do grande Chicão.


Sem Jorge Henrique, Paolo Guerrero e Martinez o Coringão perde muito. São três opções fundamentais. Para o banco vão Adilson e Giovanni, muito pouco.


Esperamos por um grande jogo. Uma partida que os altos investimentos feitos provarão que o dinheiro faz, sim, a alegria do torcedor. E danem-se os saudosista! 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

É frio como um iceberg





"Goleiro Cássio é convocado por Mano Meneses”. A notícia é velha para o jornalismo bem feito, mas uso o blog para comentar e não para informar. Como o assunto ainda gera alterações de ânimos e bate-boca nas mesas e balcões dos mais imundos botecos do Brasil, por que não passar por aqui também?
 
Cássio foi eleito o melhor goleiro da Libertadores da América. Fez defesas que não deixam dúvidas sobre seu potencial. Ganhou jogos para o clube que defende (o empate sem gols contra o Emelec foi uma vitória). É frio como um iceberg e alto como muralha. Portanto, qualidades sobram no arqueiro.
 
Defeitos a serem corrigidos obviamente existem. A reposição e a saída do gol em cruzamentos são fatores que precisam ser trabalhados.  Em Guayaquil, antes de sua estreia, Cássio disse a este repórter que vos escreve que trabalha muito para ser um goleiro completo e não se considera longe disso.
 
Por último, o principal motivo do texto: a convocação foi justa? Sim. Sou defensor do argumento que Diego Cavalieri também deveria estar lá. Injusto, meu amigo, é o Jefferson na lista. O momento, no futebol brasileiro, é do Cássio e do Cavalieri e isso só não enxerga quem não tem colírio. 
 
 Todo goleiro tem obrigação de amedrontar o atacante. E isso Cássio faz com maestria.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Nojo pelo gosto da derrota




Falar mal, julgar e tentar achar culpados na hora da derrota é fácil demais, por isso temo ser chamado de aproveitador por algumas conclusões que tirei dos dois últimos tropeços do Corinthians no Brasileirão.


Nelson Rodrigues disse em uma de suas crônicas que “No futebol a apoteose está sempre a um milímetro da vaia” . O tropeço diante do São Paulo ilustra bem o pensamento do mestre centenário. Poderíamos arrombar a rede delas no primeiro tempo, mas fomos incompetentes. Esse time está longe de merecer vaias, porém a Fiel torcida pegou nojo pelo gosto da derrota.


Que a finalização  está entre ruim e péssimo é evidente. Tem que colocar essa rapaziada para treinar esse fundamento todos os dias. Não é possível perder tantos gols! Golear Santos e São Paulo seria o mais comum pelo número de chances criadas.


Romarinho é um jogador que gosto muito: incansável, criativo e ousado. Contudo, finaliza fraco e sempre na mão do goleiro. Só no dois últimos clássicos teve mais de seis chances claras de gols e não marcou nenhuma.


Outro setor que precisa ser reforçado é a zaga. Perdemos Castan, Marquinhos... e ninguém chegou. Paulo André está lento, ficou muito tempo parado e precisa de alguém para não ser sobrecarregado. No banco atual não vejo peças confiáveis. Wallace, Antõnio Carlos e Felipe? Muito pouco para quem tem tudo para ser o maior do mundo em dezembro. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Balela das grandes!




Lendo o livro “A perfeição não existe”, que reúne uma série de crônicas do ex-jogador, médico e hoje colunista Tostão, encontrei uma resposta que buscava desde a derrota para o Santos.



Mesmo com o Corinthians há nove rodadas invicto no Campeonato Brasileiro, muitos ainda acreditam que um resultado negativo vai fazer o time comandado pelo gaúcho mais trabalhador do futebol brasileiro desanimar. Em outras palavras, a derrota na Vila faz o Timão perder qualquer tesão que ainda existia do nacional.


Desde domingo refrito se isso realmente poderia acontecer.


Passei três dias pensando e cheguei a uma resposta (com a ajuda do colunista): Balela das grandes!



Tostão diz que existem times que criam e convivem diariamente com a gana da vitória. Isso se constrói com o tempo. Perder qualquer jogo que seja é inadmissível.



Chegar ao título hoje é uma possibilidade remota, temos que admitir. Contudo, no Brasileirão todo jogo é clássico e todo é clássico é bom demais de ganhar. Ou tem coisa melhor do que atrapalhar um rival?



A indignação de Tite e a revolta de todos nos vestiários  da Vila Belmiro não foi apenas pela derrota em campo e no apito. Esse time, para a alegria da Fiel, não está acostumado com a derrota.